Não é de hoje que os recifenses sofrem com os problemas de trânsito. Lembro-me que até meados de Setembro de 2010, ainda se podia transitar, com paciência mas podia. Hoje estamos à beira de um colapso.

Discussões precisam ser feitas, decisões precisam ser tomadas; até o dia 30 de Março deste ano, o governador do estado de Pernambuco, Eduardo Campos, deverá decidir entre os modelos a serem adotados: Solução de Jaime Lerner para o corredor Norte/ Sul, que contempla uma via exclusiva para ônibus, elevada sobre o canal da avenida Agamenon Magalhães; ou uma proposta da Odebrecht que basea-se no monotrilho (projeto está sendo elaborado pela empresa).

Questões foram levantadas e apontadas entre profissionais da área, como citou Germano Travassos, engenheiro e consultor de transporte urbano, “Não conheço a proposta do monotrilho. Mas não vejo hoje como ele seria implantado. Se for pela Agamenon o que acontecerá com as pessoas que querem ir para o Centro? Haverá um transbordo e todo mundo pega ônibus?”. E também o chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, César Cavalcanti, “A proposta do monotrilho puxa pela sofisticação. A pergunta é se há outro modelo que faça a mesma função e que não seja tão caro? E a resposta é: existe sim, o ônibus”

O que me faz pensar é a falta de vontade aparente de uma transformação, já que é fato a ineficácia do sistema de ônibus; o baixo poder de crítica às propostas, e a ausência de possíveis novas soluções. Porque não apresentar alternativas, desenvolver estudos para ampliar o leque de soluções a serem ofertadas enquanto é tempo? A diversidade há tempos é a mola propulsora do mundo, então porque focalizar em apenas um tipo de transporte?

Existe um prazo, uma decisão a ser tomada; o tempo de agir é esse, ou vai-se esperar acontecer para fazer protestos atrasados, tumultuando a cidade? Protestar é lançar alternativas, não questionar sem oferecer nada em troca.

MovimentARQ,
Niz